Para Ancelmo Gois, o candidato Aécio Neves estudou a fundo o Brasil e tem um projeto completo para fazer o país avançar.
Eleições 2014
Fonte: O Globo
Colunistas avaliam desempenho de Aécio Neves na sabatina do GLOBO
Tucano foi o segundo presidenciável a participar da série de entrevistas
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, foi o segundo a participar da sabatina do GLOBO. Os colunistas que o entrevistaram avaliaram o desempenho do tucano. Para Ilimar Franco, da coluna Panorama Político, Aécio teve a oportunidade de expor suas ideias.
– O candidato Aécio Neves teve a oportunidade de expor as suas ideias, de como ele está vendo o Brasil de hoje e quais as soluções diante da crise econômica internacional, além de como ele acha ser possível consertar os costumes políticos do país – afirmou o colunista.
Para a colunista Míriam Leitão, Aécio foi vago ao falar sobre como retomaria o controle da economia. Segundo ela, o candidato do PSDB usa apenas o fator psicológico para vislumbrar uma saída da crise.
– O que é mais aflitivo, para mim, como jornalista de economia, é a falta de resposta sobre como lidar com a economia. Neste aspecto, ele traz uma marca, que é o Arminio Fraga, já conhecido, e traz algumas respostas. Mas é insuficiente o que ele disse porque o quadro é muito grave. Então, como resolver o problema da retomada do crescimento e da derrubada da inflação? Ele está acreditando que vai mudar o ambiente econômico com mais otimismo. Ele acredita no fator psicológico. Isso de fato acontece na economia, mas não é tudo. Porque a situação econômica é grave demais.
Míriam Leitão diz que as duas horas de sabatina possibilitam o melhor conhecimento de um candidato:
– A sabatina foi muito proveitosa. Conheci posições sobre algumas áreas em que não milito, como a área da cultura, na qual ele deu detalhes. É importante esse conhecimento. Conhecer as ideias sobre outras áreas.
Já Ricardo Noblat afirmou que, depois de um momento da campanha, os candidatos passar a ser repetitivos:
– A questão é que os candidatos, depois de um certo momento da campanha, ficam, até por coerência e porque as perguntas se repetem, repetindo as mesmas respostas. O Aécio disse o que tem que ser repetido por ele sempre que provocado. Acho que se saiu bem, que estava com o controle da situação.
Ancelmo Gois afirmou que Aécio cumpriu o dever de casa:
– Nos dois últimos anos ele estudou a fundo o Brasil, e tem um projeto completo que faz todo sentido técnico para o país avançar.
Merval Pereira declarou que o candidato foi atingido pela mudança no quadro eleitoral:
– Ele continua coerente com seu projeto e propostas, agora resta saber se ele vai conseguir reverter o quadro das intenções de voto, em terceiro, uma vez que ele tinha condições de chegar ao segundo turno e foi o principal atingido pelas alterações do quadro eleitoral, com a entrada da Marina Silva.
Arnaldo Bloch, colunista do Segundo Caderno aos sábados, disse que foi nítida a angústia por retomar um espaço perdido:
– Foi um debate muito marcado pela preocupação do candidato, em vista da desvantagem que ele está nas pesquisas de intenção de votos, em reafirmar suas intenções. Era nítida a sua angústia por retomar um espaço perdido. Por isso, ele assumiu um tom mais discursivo, retórico, mas senti que havia sinceridade na vontade de promover uma mudança política.
Xexéo, colunista do Segundo Caderno às quartas-feiras e da Revista O GLOBO aos domingos, afirmou que seria melhor se o tucano se limitasse a responder as perguntas:
– Um candidato não quer perder a oportunidade de falar sobre as coisas que ele quer. Ele é muito preparado. Se ele se limitasse a responder as perguntas, ele se sairia melhor. Ele propõe que os candidatos se desnudem, mas não se desnuda.
Para Flávia Oliveira, a sabatina foi uma oportunidade para o candidato aprofundar as propostas:
– Admirei a sinceridade dele em falar de tempos difíceis. O ajuste que ele propõe para a economia deve trazer algumas consequências desagradáveis. Um pouco mais de recessão, talvez aumento do desemprego. Só não consegui entender como ele vai conciliar tanto a agenda de austeridade, que é típica do ministro da Fazenda que ele já anunciou, com promessas significativas de gastos sociais. Pagar bolsa de um salário mínimo para 20 milhões de jovens que voltem à escola não sei bem de onde vai sair o dinheiro. Mas acho que a gente vem conseguindo aprofundar as ideias e nos programas de governo.
Já Jorge Luiz Rodrigues disse não ter visto ainda nenhum candidato com nenhuma proposta concreta na área de esporte e uma polícia nacional de esporte:
– O esporte, sabidamente em outros países, evoluiu muito. Ajudou a minimizar esses problemas. Só no ciclo olímpico, este ano foram R$ 600 milhões e não teve uma política nacional de esporte. Isso faz com que muito desse dinheiro seja jogado fora. O problema de má gestão é nacional, na saúde, na educação. Mas o Aécio parece o mais antenado no esporte. Só que ele não está totalmente preparado.